PROCAP - Projeto Capelania Urbana
- RJ
Márcio Raphael Louback _
Igreja Metodista no Jardim Botânico.
http://www.uniaonet.com/mensagmarcioloback.htm
Lutero, Um grande Homem de Deus!!! 95 Teses de Martinho Lutero
"Contra o comércio das indulgências"
Em 31 de Outubro de 1517, Movido pelo amor e pelo empenho em
prol do esclarecimento da verdade, discutir-se-á em Wittemberg, sob
a presidência do Rev. Padre
Martinho Lutero, o que segue. Aqueles que não puderem estar presentes
para tratarem o assunto verbalmente conosco, o poderão fazer por escrito.
Em nome de nosso Senhor Jesus Cristo. Amém. ( msg completa no http://www.uniaonet.com/mensagmarcioloback.htm
)
1ª Tese
Dizendo nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo: Arrependei-vos... etc., certamente
quer que toda a vida dos seus crentes na terra seja contínuo e ininterrupto
arrependimento.
2ª Tese
E esta expressão não pode e não deve ser interpretada
como referindo-se ao sacramento da penitência, isto é, à
confissão e satisfação, a cargo dos
sacerdotes.
3ª Tese
Todavia não quer que apenas se entenda o arrependimento interno; o
arrependimento interno; o arrependimento interno nem mesmo é arrependimento
quando não
produz toda sorte de mortificação da carne.
4ª Tese
Assim sendo, o arrependimento e o pesar, isto é, a verdadeira penitência,
perdura enquanto o homem se desagradar de si mesmo, a saber, até à
entrada
para a vida eterna.
5ª Tese
O papa não quer e não pode dispensar de outras penas além
das que impôs ao seu alvitre ou nem acordo com os cânones, que
são estatutos papais.
6ª Tese
O papa não pode perdoar dívida, senão declarar e confirmar
aquilo que já foi perdoado por Deus, ou então o faz nos casos
que lhe foram reservados.
Nestes casos, se desprezados, a dívida em absoluto deixaria de ser
anulada ou perdoada.
7ª Tese
Deus a ninguém perdoa a dívida sem que ao mesmo tempo o subordine,
em sincera humildade, ao ministro, seu substituto.
8ª Tese
Cânones poenitentiales, que são as ordenanças de prescrição
da maneira em que se deve confessar e expiar, apenas são impostos aos
vivos, e, de
acordo com as mesmas ordenanças, não dizem respeito aos moribundos.
9ª Tese
Eis por que o Espírito Santo nos faz bem mediante o papa, excluindo
este de todos os seus decretos ou direitos o artigo da morte e da necessidade
suprema.
10ª Tese
Procedem desajuizadamente e mal os sacerdotes que reservam e impõe
aos moribundos penitências canônicas ou para o purgatório
a fim de ali serem
cumpridas.
11ª Tese
Este joio, que é o de transformar a penitência e satisfação,
prevista pelos cânones ou estatutos, em penitência ou penas do
purgatório, foi semeado enquanto os
bispos dormiam.
12ª Tese
Outrora canônica poenae, ou seja, penitência e satisfação
por pecados cometidos, eram impostos, não depois, mas antes da absolvição,
com a finalidade de provar a
sinceridade do arrependimento e do pesar.
13ª Tese
Os moribundos tudo satisfazem com a sua morte e estão mortos para o
direito canônico, sendo, portanto, dispensados, com justiça,
de sua imposição.
14ª Tese
Piedade ou amor imperfeitos da parte daquele que se acha às portas
da morte, necessariamente resultam em grande temor; logo, quanto menos o
amor, tanto maior o temor.
15ª Tese
Este temor e espanto em si tão só, sem nos referirmos a outras
coisas, basta para causar o tormento e o horror do purgatório, pois
se avizinham da angústia do
desespero.
16ª Tese
Inferno, purgatório e céu parecem ser tão diferentes
quanto o são um do outro o desespero completo, incompleto ou quase
desespero e certeza.
17ª Tese
Parece que assim como no purgatório diminuem a angústia e o
espanto das almas, também deve crescer e aumentar o amor.
18ª Tese
Bem assim parece não ter sido provado, nem por boas razões e
nem pela Escritura, que as almas do purgatório se encontram fora da
possibilidade
do mérito ou do crescimento no amor.
19ª Tese
Parece ainda não ter sido provado que todas as almas do purgatório
tenham certeza de sua salvação e não receiem mais por
ela, não obstante nós
termos esta certeza.
20ª Tese
Por isso o papa não quer dizer e nem compreender com as palavras "perdão
plenário de todas as penas" o perdão de todo o tormento,
mas tão só as
penas por ele impostas.
21ª Tese
Eis por que erram os apregoadores de indulgências ao afirmarem ser o
homem perdoado de todas as penas e salvo mediante indulgência do papa.
22ª Tese
Com efeito, o papa nenhuma pena dispensa às almas do purgatório
das que, segundo os cânones da igreja, deviam ter expiado e pago na
presente vida.
23ª Tese
Verdade é que se houver qualquer perdão plenário das
penas, este apenas será dado aos mais perfeitos, que são muitos
poucos.
24ª Tese
Logo, a maioria do povo é ludibriado com as pomposas promessas do indistinto
perdão, impressionando-se o homem singelo com as penas pagas.
25ª Tese
Exatamente o mesmo poder geral que o papa tem sobre o purgatório, qualquer
bispo e cura dalmas o tem no seu bispado e na sua paróquia, quer
de modo
especial e quer para com os seus em particular.
26ª Tese
O papa faz muito bem em não conceder o perdão às almas
em virtude do poder das chaves (coisa que não possui), mas pela ajuda
ou em forma de
intercessão.
27ª Tese
Pregam futilidades humanas quantos alegam que no momento em que a moeda soa
ao cair na caixa a alma se vai do purgatório.
28ª Tese
Certo é que, no momento em que a moeda soa na caixa, vem lucro, e o
amor ao dinheiro cresce e aumenta; a ajuda, porém, ou a intercessão
da igreja
tão só correspondem à vontade e ao agrado de Deus.
29ª Tese
E quem sabe, se todas as almas do purgatório querem ser libertadas,
quando há quem diga o que sucedeu com S. Severino e Pascoal.
30ª Tese
Ninguém tem certeza da suficiência do arrependimento e pesar
verdadeiros, muito menos certeza pode ter de haver alcançado pleno
perdão dos seus
pecados.
31ª Tese
Tão raro como existe alguém que possui arrependimento e pesar
verdadeiros, tão raro também é aquele que verdadeiramente
alcança indulgência, sendo
bem poucos os que se encontram.
32ª Tese
Irão para o diabo, juntamente com os seus mestres, aqueles que julgam
obter certeza de sua salvação mediante breves de indulgência.
33ª Tese
Há que acautelar-se muito e ter cuidado daqueles que dizem: A indulgência
do papa é a mais sublime e mais preciosa graça ou dádiva
de Deus, pela
qual o homem é reconciliado com Deus.
34ª Tese
Tanto assim que a graça da indulgência apenas se refere à
pena satisfatória, estipulada por homens.
35ª Tese
Ensinam de maneira ímpia quantos alegam que aqueles que querem livrar
almas do purgatório ou adquirir breves de confissão não
necessitam de
arrependimento e pesar.
36ª Tese
Tudo o cristão que se arrepende verdadeiramente dos seus pecados e
sente pesar por ter pecado, tem pleno perdão da pena e da dívida,
perdão esse
que lhe pertence mesmo sem breve de indulgência.
37ª Tese
Todo e qualquer cristão verdadeiro, vivo ou morto, é participante
de todos os bens de Cristo e da Igreja, por dádiva de Deus, mesmo sem
breve de
indulgência.
38ª Tese
Entretanto se não devem desprezar o perdão e a distribuição
deste pelo papa. Pois, conforme declarei, o seu perdão consiste numa
declaração do
perdão divino.
39ª Tese
Ë extremamente difícil, mesmo para os mais doutos teólogos,
exaltar diante do povo ao mesmo tempo a grande riqueza da indulgência
e, ao contrário, o
verdadeiro arrependimento e pesar.
40ª Tese
O verdadeiro arrependimento e pesar buscam e amam o castigo; mas a profusão
da indulgência livra das penas e faz com que se as aborreça,
pelo
menos quando há oportunidade para tanto.
41ª Tese
É necessário pregar cautelosamente sobre a indulgência
papal, para que o homem singelo não julgue erradamente ser a indulgência
preferível às
demais obras de caridade ou melhor do que elas.
42ª Tese
Deve-se ensinar aos cristãos, não ser pensamento e opinião
do papa que a aquisição de indulgências de alguma maneira
possa ser comparada com
qualquer obra de caridade.
43ª Tese
Deve-se ensinar aos cristãos, proceder melhor quem dá aos pobres
ou empresta ao necessitado do que os que compram indulgência.
44ª Tese
É que pela obra de caridade cresce o amor ao próximo e o homem
torna-se mais piedoso; pelas indulgências, porém, não
se torna melhor senão mais
seguro e livre da pena.
45ª Tese
Deve-se ensinar aos cristãos que aquele que vê seu próximo
padecer necessidade e a despeito disto gasta dinheiro com indulgências,
não
adquire indulgência do papa, mas desafia a ira de Deus.
46ª Tese
Deve-se ensinar aos cristãos que, se não tiverem fartura, fiquem
com o necessário para a casa e de maneira nenhuma o esbanjem com indulgências.
47ª Tese
Deve-se ensinar aos cristãos ser a compra de indulgência livre
e não ordenada.
48ª Tese
Deve-se ensinar aos cristãos que se o papa precisa conceder mais indulgências,
mais necessita de uma oração fervorosa do que de dinheiro.
49ª Tese
Deve-se ensinar aos cristãos serem muito boas as indulgências
do papa enquanto o homem não confiar nelas; mas muito prejudiciais
quando, em
conseqüência delas, se perde o temor de Deus.
50ª Tese
Deve-se ensinar aos cristãos que se o papa tivesse conhecimento da
traficância dos apregoadores de indulgência, preferiria ver a
basílica de
São Pedro ser reduzida a cinzas a ser edificada com a pele, a carne
e os ossos de suas ovelhas.
51ª Tese
Deve-se ensinar aos cristãos que o papa, por um dever seu, preferiria
distribuir o seu dinheiro aos que em geral são despojados do dinheiro
pelos apregoadores de indulgência, vendendo, se necessário, a
própria basílica de São Pedro.
52ª Tese
Esperar ser salvo mediante breves de indulgência é vaidade e
mentira, mesmo se o comissário de indulgências e o próprio
papa oferecessem sua
alma como garantia.
53ª Tese
São inimigos de Cristo e do papa quantos por causa da prédica
de indulgências proíbem a palavra de Deus nas demais igrejas.
54ª Tese
Comete-se injustiça contra a palavra de Deus quando, no mesmo sermão,
se consagra tanto ou mais tempo à indulgência do que à
pregação da palavra do
Senhor.
55ª Tese
A intenção do papa não pode ser outra do que celebrar
a indulgência, que é a coisa menor, com um toque de sino, uma
pompa, uma cerimônia, enquanto o
evangelho, que é o essencial, importa ser anunciado mediante cem toques
de sino, centenas de pompas e solenidades.
56ª Tese
Os tesouros da igreja, dos quais o papa tira e distribui as indulgências,
não são bastante mencionados e nem suficientemente conhecidos
na Igreja de
Cristo.
57ª Tese
É evidente que não são bens temporais, porquanto muitos
pregadores não os distribuem com facilidade, antes os ajuntam.
58ª Tese
Também não são os merecimentos de Cristo e dos santos,
porquanto este sempre são suficientes, e, independente do papa, operam
graça do homem
interior e são a cruz, a morte e o inferno do homem exterior.
59ª Tese
São Lourenço chama aos pobres, os quais são membros da
Igreja, tesouros da Igreja, mas no sentido em que a palavra era usada na sua
época.
60ª Tese
Afirmamos com boa razão, sem temeridade ou leviandade, que estes tesouros
são as chaves da Igreja, que lhe foram dadas pelo merecimento de Cristo.
61ª Tese
Evidente é que, para o perdão das penas e para a absolvição
em determinados casos, o poder do papa por si só basta.
62ª Tese
O verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo evangelho da glória
e da graça de Deus.
63ª Tese
Este tesouro, porém, é muito desprezado e odiado, porquanto
faz com que os primeiros sejam os últimos.
64ª Tese
Enquanto isso o tesouro das indulgências é notoriamente o mais
apreciado, porque faz com que os últimos sejam os primeiros.
65ª Tese
Por essa razão os tesouros evangélicos foram outrora as redes
com que se apanhavam os ricos e abastados.
66ª Tese
Os tesouros das indulgências, porém, são as redes com
que hoje se apanham as riquezas dos homens.
67ª Tese
As indulgências, apregoadas pelos seus vendedores como a mais sublime
graça, decerto assim são consideradas porque lhes trazem grandes
proventos.
68ª Tese
Nem por isso semelhante indulgência é a mais ínfima graça,
comparada com a graça de Deus e a piedade da cruz.
69ª Tese
Os bispos e os sacerdotes são obrigados a receber os comissários
das indulgências apostólicas com toda reverência.
70ª Tese
Entretanto tem muito maior dever de conservar abertos os olhos e ouvidos,
para que estes comissários, em vez de cumprirem as ordens recebidas
do
papa, não apregoem os seus próprios sonhos.
71ª Tese
Quem levanta a sua voz contra a verdade das indulgências papais é
excomungado e maldito.
72ª Tese
Aquele, porém, que se insurgir contra as palavras insolentes e arrogantes
dos apregoadores de indulgências, seja abençoado.
73ª Tese
Da mesma maneira em que o papa usa de justiça ao fulminar com a excomunhão
aos que em prejuízo do comércio de indulgências procedem
astuciosamente.
74ª Tese
Muito mais deseja atingir com o desfavor e a excomunhão àqueles
que, sob pretexto de indulgências, prejudicam a santa caridade e a verdade
pela sua
maneira de agirem.
75ª Tese
Considerar a indulgência do papa tão poderosa, a ponto de absolver
alguém dos pecados, mesmo que (coisa impossível de se expressar)
tivesse deflorado a mãe de
Deus, significa ser demente.
76ª Tese
Bem ao contrário afirmamos que a indulgência do papa nem mesmo
pode anular o menor pecado venial no que diz respeito a culpa que representa.
77ª Tese
Afirmar que nem mesmo São Pedro, se no momento fosse papa, poderia
dispensar maior indulgência, constitui insulto contra São Pedro
e o papa.
78ª Tese
Dizemos, ao contrário, que o atual papa, e todos os que o sucederam,
é detentor de muito maior indulgência, isto é, o evangelho,
dom de curar, etc., de acordo com
o que diz 1 Corinto 12.6-9.
79ª Tese
Alegar ter a cruz de indulgências, erguida e adornada com as armas do
papa, tanto valor como a própria cruz de Cristo é blasfêmia.
80ª Tese
Os bispos, padres e teólogos que consentem em semelhante linguagem
diante do povo, terão de prestar contas desta atitude.
81ª Tese
Semelhante pregação, a enaltecer atrevida e insolentemente a
indulgência, torna difícil até homens doutos defenderem
a honra e dignidade do papa
contra a calúnia e as perguntas mordazes e astutas dos leigos.
82ª Tese
Haja vista exemplo como este: Por que o papa não livra duma só
vez todas as almas do purgatório, movido pela santíssima caridade
e considerando a
mais premente necessidade das mesmas, havendo santa razão para tanto,
quando, em troca de vil dinheiro para a construção da basílica
de São Pedro, livra
inúmeras delas, logo por motivo bastante infundado?
83ª Tese
Outrossim: Por que continuam as exéquias e missas de ano em sufrágio
das almas dos defuntos e não se devolve o dinheiro recebido para esse
fim ou não se
permite os doadores busquem de novo os benefícios ou prebendas oferecidos
em favor dos mortos, quando já não é justo continuar
a rezar pelos que se acham
remidos?
84ª Tese
E: Que nova santidade de Deus e do papa é esta a consentir a um ímpio
e inimigo resgate uma alma piedosa e agradável a Deus por amor ao dinheiro
e
não livrar esta mesma alma piedosa e amada por Deus do seu tormento
por amor espontâneo e sem paga?
85ª Tese
E: Por que os cânones de penitência, isto é, os preceitos
de penitência, que faz muito caducaram e morreram de fato pelo desuso,
tornam a remir
mediante dinheiro, pela concessão de indulgência, como se continuassem
em vigor e bem vivos?
86ª Tese
E: Por que o papa, cuja fortuna é maior do que a de qualquer Creso,
não prefere construir a basílica de São Pedro de seu
próprio bolso em vez de o
fazer com o dinheiro de cristãos pobres?
87ª Tese
E: Que perdoa ou concede o papa pela sua indulgência àqueles
que pelo arrependimento completo tem direito ao perdão ou indulgência
plenária?
88ª Tese
Afinal: Que benefício maior poderia receber a igreja se o papa, que
atualmente o faz uma vez ao dia cem vezes ao dia concedesse aos fiéis
este perdão a título
gratuito?
89ª Tese
Visto o papa visar mais a salvação das almas mediante a indulgência
do que o dinheiro, por que razão revoga os breves de indulgência
outrora por ele
concedidos, quando tem sempre as mesmas virtudes?
90ª Tese
Desfazer estes argumentos muito sutis dos leigos, recorrendo apenas à
força e não por razões sólidas apresentadas, significa
expor a igreja e o
papa ao escárnio dos inimigos e desgraçar os cristãos.
91ª Tese
Se, portanto, a indulgência fosse apregoada no espírito e sentido
do papa, estas objeções poderiam ser facilmente respondidas
e nem mesmo teriam
surgido.
92ª Tese
Fora, pois, com todos este pregadores que dizem à igreja de Cristo:
Paz! Paz! Sem que haja paz!
93ª Tese
Abençoados, porém, sejam todos os pregadores que dizem à
igreja de Cristo: Cruz! Cruz! Sem que haja cruz!
94ª Tese
Admoeste-se os cristãos a que se empenhem em seguir seu Cabeça,
Cristo, através da cruz, da morte e do inferno;
95ª Tese
E desta maneira mais esperem entrar no reino dos céus por muitas aflições
do que confiando em promessas de paz infundadas.
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Marcio Raphael Louback
ICQ#: 72846228
.28/01/02 - "A Divina revelação do Inferno"??
Abaixo segue um artigo para a leitura dos irmãos que também leram este livro
(como também para aqueles que não leram e que poderão compreender do que se
trata a obra de Mary Baxter). A Divina Revelação do Inferno Uma caudalosa
enxurrada de testemunhos de pessoas que supostamente estiveram no céu ou no
inferno tem proliferado no meio dos cristãos evangélicos. São relatos surpreendentes,
porém extremamente sensacionalistas e repletos de aberrações teológicas. Revelam
ser, na verdade, produto de uma mente brilhante, capaz de produzir filmes
como Guerra nas Estrelas, E.T. e tantos outros, arrancando até mesmo aplausos
do gênio da ficção científica hollywoodiana, Steven Spielberg. A Divina Revelação
do Inferno foi publicada originalmente em inglês com o título: A Divine Revelation
of Hell, em 1993, nos Estados Unidos. A autora, Mary Baxter, é ministra da
Igreja Nacional de Deus, em Washington, EUA. Nasceu em Chattanooga, Tennessee,
EUA. Segundo relata, começou a ter "visões" de Deus na década de 60, em Michigan;
mas foi em 1976, que Jesus teria aparecido para ela, na forma humana, em sonhos,
visões e revelações, durante quarenta noites e mandou-a transmitir as profundezas,
degradações e tormentos das almas perdidas no inferno (pp. 183, 184). Recomendações
Entre as pessoas citadas, que indicam o referido livro, encontra-se a Sra.
Marilyn Hickey, que num de seus livros ensina ter Noé, sob o efeito da embriaguez,
praticado atos homossexuais com seu neto Canaã, além de dizer que o homem
possui a natureza de Deus, tornando-se participante de "todos os seus atributos".
Percebe-se, pois, que a insensatez acompanha não apenas a obra indicada, mas
também quem a indicou. Outro nome de peso é o de David (Paul) Yonggi Cho,
que declarou: "Eu li este livro, tremendo no meu coração. Eu realmente creio
que Rev. Baxter teve um verdadeiro encontro com a realidade do inferno na
sua experiência da revelação de Jesus Cristo nosso Senhor" (quarta capa).
Apesar de ser notável no meio evangélico, o Sr. Cho pode cometer erros (ele
não é infalível!); aliás, não seria a primeira vez que ele ensina algo inconsistente
(teologicamente falando). Em uma de suas obras, Cho diz que pediu a Deus três
coisas: uma escrivaninha, uma cadeira e uma bicicleta; contudo, Deus disse
que não poderia atendê-lo pela seguinte razão: Cho não especificou o que queria.
Deus lhe teria dito: "Será que você não sabe que há dezenas de tipos de escrivaninhas,
cadeiras e bicicletas? Mas você simplesmente pediu-me uma escrivaninha, uma
cadeira e uma bicicleta. Não pediu uma escrivaninha específica, nem uma cadeira
nem uma bicicleta específicas". Sem perceber, o Sr. Cho atentou contra a onisciência
de Deus que, segundo o próprio Jesus, sabe de tudo que necessitamos, antes
mesmo de pedir (Mateus 6:25-32). Assim, devemos analisar as declarações da
Sra. Baxter à luz da Bíblia, e não nos fiarmos em declarações de pessoas que,
assim como nós, estão propensas a análises errôneas, não importa quão afamada
seja tal pessoa no círculo cristão (Atos 17:10, 11). Contradições O caráter
contraditório de algumas declarações desqualificam a "revelação" da Sra. Baxter.
Por exemplo: na p. 16 encontramos a suposta declaração de Jesus para ela:
"Minha filha, levarei você até o inferno (...). Quero que escreva um livro
e conte todas as coisas que vou revelar a você" (grifo acrescentado). Desobedecendo
à ordem de Jesus, porém, ela comenta na p. 20: "Algumas coisas, por serem
horríveis demais, não consegui passar para o papel" (grifo acrescentado).
Ora, por mais que a mensagem a ser transmitida fosse dura, os profetas de
Deus declaravam o que ele ordenava, independentemente do que sentiam a esse
respeito; tal foi o caso de Jonas, Jeremias, Oséias e outros. A Sra. Baxter
revela não possuir características próprias de um profeta de Deus. Para terminar
o festival de contradições, diz: "Como obreira de Deus, submeti-me ao comando
de Nosso Senhor Jesus Cristo e registrei fervorosamente as coisas que me foram
mostradas e reveladas por Ele" (p. 181) - grifo acrescentado. O inferno A
Sra. Baxter relata sua "visita" ao inferno nos seguintes termos: "Jesus veio
a mim em 1976 (...). Jesus levou-me ao inferno por um período de 40 dias.
(...) No mesmo momento, minha alma foi retirada do meu corpo. Saí com Jesus
do meu quarto em direção ao céu. (...) Meu corpo permanecia na cama, enquanto
o meu espírito ia com Jesus através do telhado da casa. (...) Depois, começamos
a subir cada vez mais e eu já podia ver a Terra embaixo. Saindo dela, de vários
pontos, haviam tubos girando em direção a um ponto central, indo e vindo.
Eles se moviam como gigantes, continuamente e envolviam a Terra toda. (...)
"São os portões do inferno" (pp. 11, 16-18). A imaginação da Sra. Baxter é
fertilíssima. Ela retrata o inferno como se fora um corpo humano. O livro
tem alguns capítulos interessantes, como, por exemplo: A perna esquerda do
inferno (02), A perna direita do inferno (03), O ventre do inferno (07), O
coração do inferno (10), O braço direito do inferno (13), O braço esquerdo
do inferno (14), As mandíbulas do inferno (19) etc. Relata a Sra. Baxter (aparentemente
citando as palavras de Jesus): "O inferno tem a forma de um corpo (semelhante
à forma humana) deitado no centro da Terra. Ele tem a forma de um corpo humano
- grande e com muitos compartimentos cheios de tormentos (...). O corpo está
deitado de costas, com os braços e as pernas estendidas para fora" (pp. 31,
32, 52, 53). Nada há na Escrituras (nem mesmo na literatura apócrifa) que
apoie essa versão da Sra. Baxter. Nós que somos dotados de corpos humanos,
fomos feitos a imagem e semelhança de Deus; será que o inferno também foi
feito a imagem e semelhança de Deus ? Curiosidades infernais O inferno da
Sra. Baxter é sui generis. Nada há igual. Numa realidade totalmente espiritual,
a Sra. Baxter usa e abusa de seu profuso talento artístico. Veja o que ela
"viu" no inferno: Ratos e serpentes (p. 53). Como foram parar ali? Uma alma
- com coração e sangue - dentro de um caixão (p. 57). De que era feito esse
caixão, só a Sra. Baxter sabe. Uma mulher presa numa cela, cujas paredes eram
de "barro" e a porta de "um metal escuro com barras e uma fechadura", e sentada
numa "cadeira de balanço, balançando e chorando copiosamente" (p. 70). Pelo
que parece, o inferno anda contratando pedreiro, ferreiro e carpinteiro. Há
uma cena curiosa: Satanás está despachando com um grupo de mulheres, instruindo-as
para enganar a muitas pessoas. De repente, "uma estante alta foi trazida para
perto de Satanás e lá haviam muitos papéis. Ele pegou alguns e começou a ler
para as mulheres" (p. 63). De que eram feitos aqueles papéis que não queimavam
nas profundezas ardentes do inferno da Sra. Baxter? Outra coisa se o diabo
é espirito como é relatado na Bíblia, como é porque ele usa coisas matérias
e como as usa ? Distorções doutrinárias Doutrinariamente, Baxter se revela
herege ao ensinar um conceito errôneo sobre a Trindade. Ela afirma ouvir de
Deus, o Pai, o seguinte: "O Pai, o Filho e o Espírito Santo são uma única
pessoa" (p. 158) - grifo acrescentado. Essa heresia, que não faz distinção
entre as "pessoas" da Trindade, chama-se patripassionismo (ou modalismo, também
conhecida como sabelianismo). Para os patripassianos, foi o próprio Pai que
assumiu a natureza humana, sofreu, morreu e ressuscitou. Diziam que a expressão
"Filho" refere-se à carne de Jesus (= natureza humana), e que "Pai" é o elemento
divino unido à carne (= Deus). Hoje, muitas seitas ensinam tal heresia, como
por exemplo o Tabernáculo da Fé, Igreja Pentecostal Unida do Brasil, Igreja
Voz da Verdade, Testemunhas de Ierrochua etc. No inferno da Sra. Baxter, Satanás
jamais sofre; ao contrário, ele conta com um "Centro de Divertimento" (p.
80), onde ele e seus demônios deleitam-se com a desgraça alheia (p. 82). O
apóstolo João, porém, diz que Satanás, ao invés de ter um "centro de divertimento",
será atormentado pelos séculos dos séculos (Apocalipse 20:10). Torturada no
inferno Ao visitar o "coração" do inferno (capítulo 10), juntamente com Jesus,
ele a abandonou, entregando-a aos demônios. Ela conta que sofreu tormentos,
foi aprisionada, ajoelhou-se diante de Satã. Diz Baxter: "espíritos na forma
de morcegos me mordiam por toda parte" (p. 90). Ao indagar de Jesus a razão
desse incidente, a resposta foi: "Minha filha, o inferno é real. Mas você
jamais poderia ter certeza até que experimentasse por si mesma. Agora você
sabe da verdade e o que é estar perdido para sempre lá. Você poderá relatar
para os outros a sua experiência, sem sentir nenhuma dúvida" (p. 92). O "Jesus"
que conduziu a Sra. Baxter ao inferno não era o Jesus da Bíblia (II Coríntios
11: 4). O que a Sra. Baxter conheceu não se deu por satisfeito e, após essa
experiência traumática, enviou-a mais uma vez para os tormentos infernais,
desta vez às mandíbulas do inferno (capítulo 20). Depois de entrar em colapso,
ela declarou que queria "estar bem longe - longe de Jesus, da minha família
e de qualquer pessoa" (p. 92). Certamente que o Jesus dos Evangelhos não submeteria
nenhum de seus "irmãos" a horrendas atrocidades, como se ele fosse um carrasco
nazista. Sábios conselhos Não há muito que aproveitar d' A divina revelação
do inferno. A Sra. Baxter deveria levar a sério o que seu "Jesus" lhe disse:
"Mantenham-se afastados dos falsos profetas que falam em Meu nome e espalham
doutrinas falsas. Despertem! Despertem!" (p. 114). Para concluir, o "Jesus"
da Sra. Baxter revelou medíocre conhecimento sobre o inferno, mas, em contrapartida,
estava certo quando disse: "Minha filha, algumas pessoas ao lerem o livro
que você vai escrever, acharão que tudo isso é uma obra de ficção" (p. 129).
Dito e feito! ------------- Para que tomemos mais cuidado e aprendamos a "não
ir além do que está escrito" (1 Cor 4;6) na Palavra de Deus (2 Tim 3;16),
pois nela o Senhor ensinou tudo o quê nos é útil (Is 48;11). Se algo não está
de acordo(igual)com a Palavra de Deus é porque o "espírito" que fabricou este
"algo" não é o mesmo Espírito que inspirou as Escrituras, a Santa Palavra.
Lembremos sempre das orientações do apóstolo Paulo: "Mas, ainda que nós ou
mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos
pregado, seja anátema." (Gál 1;8) "...seja sempre Deus verdadeiro e todo homem
mentiroso" (Rom 3;4) Fica na Paz Marcio Rafael Bibliografia: Livro: "Divina
Revelação do Inferno", Biblia Pentecostal, Biblia Apologetica
14/10 - Quero ser um crente "diferente"
Quero ser um crente diferente. Não quero ser conhecido apenas como alguém
que "não bebe, não fuma e não joga". Isso é muito pouco. A "geração saúde",
que freqüenta as academias e come comida natural, não bebe e não fuma, e nem
por isso pode ser chamada de cristã. Também não me contento em ser chamado
de crente por ter um modo diferente de me vestir. Durante muito tempo, no
Brasil, a diferença que os crentes queriam mostrar era que eles se vestiam
de uma maneira "esquisita", e isso acabou tornando-se motivo de chacota e
que em nada engrandecia o Reino. Com certeza, usar uma roupa fora de moda,
não faz de ninguém um cristão. Também não me satisfaço com o modelo "gospel"
de crente que há hoje em dia. Broche de Jesus, caneta de Jesus, meias de Jesus.
Sabe-se lá onde isso vai chegar. Tem muita gente ganhando rios de dinheiro
com esses "cosméticos" para o crente moderno. A grife "JESUS" tem vendido
muito. Mas não adianta. Usar toda a parafernália do marketing "gospel" não
faz de ninguém um cristão. Pensei comigo: a moçada evangélica hoje está toda
na Internet. E saí à busca de salas de bate-papo de evangélicos. Confesso
que tentei inúmeras vezes, mas não consegui. Me adentrava por assuntos importantes
e profundos da vida cristã e as respostas eram chavões o tempo todo. Não se
pensa, cria ou reflete, só se repete chavão do tipo "glóooooria", "Ta amarrado",
"É tremendooo", etc. Definitivamente, repetir chavões a todo o momento não
faz de ninguém um cristão. Quero ser um crente diferente. Que não seja alienado
da vida e de seus acontecimentos. Que saiba discutir e entender as questões
existenciais, como a dor, a miséria, a sexualidade, a paixão, o amor. Quero
ser um crente que não vive acuado, com medo de tudo, vendo o diabo em toda
a parte e querendo amarrá-lo a todo momento. Jesus Cristo o derrotou na cruz,
ele é um derrotado, e eu não preciso ficar me preocupando com ele 24 horas
por dia. Quero ser um crente que saiba falar de tudo e não apenas de religião,
e que tenha, em todas as áreas, discernimento e sabedoria. Quero ser um crente
que não tenha uma atitude conformista diante do mundo, do tipo: "Ah, Deus
quis assim....", mas que eu seja um agente de transformação nas mãos de Deus.
Que a minha diferença não esteja na roupa, mas na essência: coração bom, olhos
bons. Quero ser um crente que cria os filhos com liberdade, apenas corrigindo-lhes,
para que cresçam e desabrochem toda a criatividade que Deus lhes deu. Quero
ser um crente que vive bem com o seu próximo. Quero ser reconhecido como um
crente pelo que eu "sou" e não por aquilo que "não faço". Quero ser um crente
simpático aos outros, agradável, piedoso, que se entristece com a dor do próximo,
mas também se alegra com o seu sucesso (já reparou que as pessoas se solidarizam
com nossas derrotas, mas poucos manifestam alegria quando vencemos?). Não
quero ter de falar a todo momento que sou crente, para que outros saibam,
mas quero viver de tal modo que outros percebam Cristo em mim. Daniel Rocha
é Pastor da Igreja Metodista
14/10 - Milagres em Aparecida do Norte
Sempre ouvi relatos de milagres em Aparecida do Norte. Milagres
questionáveis, não só pela qualidade, mas principalmente por sua fonte. Que
o "pai da mentira" engana muita gente com falsos milagres, isso é sabido por
todos nós. Mas quero falar de milagres reais, vindos do "Pai das Luzes", em
quem não há nem sombra de variação ou mudança. Milagres vindos das mãos de
Deus, Senhor dos Senhores, único Senhor nosso, Aquele que não divide sua glória
com ninguém. Pude ver milagres assim acontecendo ali, em Aparecida do Norte,
onde está o trono de Satanás no Brasil. O primeiro milagre (é!! Infelizmente
tenho que chamar de milagre) foi ver as várias igrejas ali representadas trabalhando
como A IGREJA de Jesus Cristo na face da terra. Digo infelizmente, pois não
tem sido assim que vimos acontecer por esse Brasil afora. Por isso chamo de
milagre, e é um milagre que gostaria de ver sendo repetido a cada dia, até
o dia em que não fosse mais considerado milagre. Seria apenas o modus vivendi,
e não o modus operandi da Igreja no Brasil, seria corriqueiro, seria normal.
Seria a vontade do Mestre realizada em sua totalidade: "que eles sejam um...
para que o mundo creia". Quanto a esse milagre, louvo a Deus por uma turma
de "malucos" que se dispõe a fazer somente aquilo que o Senhor manda fazer.
Chama-se JOCUM, Jovens Com Uma Missão. Deus tem se usado desse instrumento
seu para sacudir o seu rebanho no Brasil, quebrando barreiras, fronteiras
(que já tinham sido quebradas na cruz), e demonstrando que realmente quando
a igreja se reúne, sem bandeiras denominacionais, quem ganha é o Reino. O
segundo milagre foi a diminuição visível de romeiros que vão anualmente ver
a "santa". Isso é obra de Deus!! Deus está agindo em nossa nação, sua mão
e seu poder têm quebrado corações por toda nossa terra amada, e pessoas têm
reconhecido que "Feliz é a nação cujo Deus é o SENHOR". Senhor... e não Senhora.
O Terceiro milagre, e maior deles, foi a conversão de, pelo menos, 95 pessoas.
Gente que saiu de casa perdida, sem esperança, sem salvação e voltou com o
coração cheio, lavado no sangue do Cordeiro. Esse milagre, o maior de todos,
é o novo nascimento, que só Jesus pode realizar no coração do homem. Presenciar
isso, e ainda servir como instrumento de Deus para sua realização, enche o
meu coração de alegria, de gozo, como sei que alegrou o coração de todos que
estiveram ali também com esse propósito e missão. Engraçado, me vem agora
à mente que foram 95 as teses com as quais Lutero iniciou a Reforma Protestante,
pregando-as nos portais da Catedral de Wittenberg, Reforma essa da qual somos
frutos. Essas vidas convertidas ali, são 95 teses (são muito mais que isso)
que temos contra o Diabo, teses que pudemos pregar na porta da Catedral de
Aparecida, como prova inconteste do poder de Deus, e desafiar com isso todo
o inferno, que viu suas fileiras mais uma vez derrotadas. Soli Deo Gloria!!!
Esses milagres que ali pudemos ver, não estarão nos Livros do Vaticano, mas
certamente foram escritos no Livro da Vida do Cordeiro, com seu sangue, sangue
com o qual resgatou para si vidas vindas de vários cantos do país, que saíram
de casa para ver a "Santa" de Aparecida, e acabaram encontrando-se com o Santo
dos santos, o Senhor dos Exércitos, o Deus dos deuses, o único Deus Verdadeiro,
Jesus Cristo, o Rei da Glória!!! Em tempo (não podia passar sem uma ironia)
: Só descrevi três milagres, pois esse é o número exigido pelo Vaticano, e
quem sabe eles um dia tomam vergonha na cara e decidem canonizar Deus.
Com muito amor, José Júnior
25/09/01 - . Visão Médica da Morte de Jesus Relato aqui a descrição das dores de Jesus baseado no escrito do grande estudioso francês, o médico Dr. Barbet : dando a possibilidade de compreender realmente as dores de Jesus durante a sua paixão. "Eu sou um cirurgião, e dou aulas há algum tempo. Por treze anos vivi em companhia de cadáveres e durante a minha carreira estudei a fundo anatomia. Posso portanto escrever sem presunção." Jesus entrou em agonia no Getsemani - escreve o evangelista Lucas - orava mais intensamente. "E seu suor tornou-se como gotas de sangue a escorrer pela terra". O único evangelista que relata o fato é um médico, Lucas . E o faz com a precisão dum clínico. O suar sangue, ou "hematidrose", é um fenômeno raríssimo. Se produz em condições excepcionais: para provocá-lo é necessário uma fraqueza física, acompanhada de um abatimento moral violento causado por uma profunda emoção, por um grande medo. O terror, o susto, a angústia terrível de sentir-se carregando todos os pecados dos homens devem ter esmagado Jesus. Tal tensão extrema produz o rompimento das finíssimas veias capilares que estão sob as glândulas sudoríparas, o sangue se mistura ao suor e se concentra sobre a pele, e então escorre por todo o corpo até a terra. Conhecemos a farsa do processo preparado pelo Sinédrio hebraico, o envio de Jesus a Pilatos e o desempate entre o procurador romano e Herodes. Pilatos cede, e então ordena a flagelação de Jesus. Os soldados despojam Jesus e o prendem pelo pulso a uma coluna do pátio. A flagelação se efetua com tiras de couro múltiplas sobre as quais são fixadas bolinhas de chumbo e de pequenos ossos. Os carrascos devem ter sido dois, um de cada lado, e de diferente estatura. Golpeiam com chibatadas a pele, já alterada por milhões de microscópicas hemorragias do suor de sangue. A pele se dilacera e se rompe; o sangue espirra. A cada golpe Jesus reage em um sobressalto de dor. As forças se esvaem; um suor frio lhe impregna a fronte, a cabeça gira em uma vertigem de náusea, calafrios lhe correm ao longo das costas. Se não estivesse preso no alto pelos pulsos, cairia em uma poça de sangue. Depois o escárnio da coroação. Com longos espinhos, mais duros que aqueles da acácia, os algozes entrelaçam uma espécie de capacete e o aplicam sobre a cabeça. Os espinhos penetram no couro cabeludo fazendo-o sangrar (os cirurgiões sabem o quanto sangra o couro cabeludo). Pilatos, depois de ter mostrado aquele homem dilacerado à multidão feroz, o entrega para ser crucificado. Colocam sobre os ombros de Jesus o grande braço horizontal da Cruz; pesa uns cinqüenta quilos. A estaca vertical já está plantada sobre o Calvário. Jesus caminha com os pés descalços pelas ruas de terreno irregular, cheias de pedregulhos. Os soldados o puxam com as cordas. O percurso, é de cerca de 600 metros. Jesus, fatigado, arrasta um pé após o outro, freqüentemente cai sobre os joelhos. E os ombros de Jesus estão cobertos de chagas. Quando ele cai por terra, a viga lhe escapa, escorrega, e lhe esfola o dorso. Sobre o Calvário tem início a crucificação. Os carrascos despojam o condenado, mas a sua túnica está colada nas chagas e tirá-la é atroz. Alguma vez vocês tiraram uma atadura de gaze de uma grande chaga? Não sofreram vocês mesmos esta experiência, que muitas vezes precisa de anestesia? Podem agora vos dar conta do que se trata. Cada fio de tecido adere à carne viva: ao levarem a túnica, se laceram asterminações nervosas postas em descoberto pelas chagas. Os carrascos dão um puxão violento. Como aquela dor atroz não provoca uma síncope? O sangue começa a escorrer. Jesus é deitado de costas, as suas chagas se incrustam de pé e pedregulhos. Depositam-no sobre o braço horizontal da cruz. Os algozes tomam as medidas. Com uma broca, é feito um furo na madeira para facilitar a penetração dos pregos; horrível suplício! Os carrascos pegam um prego (um longo prego pontudo e quadrado), o apoiam sobre o pulso de Jesus, com um golpe certeiro de martelo o plantam e o rebatem sobre a madeira. Jesus deve ter contraído o rosto assustadoramente. No mesmo instante o seu pólice, com um movimento violento se posicionou opostamente na palma da mão; o nervo mediano foi lesado. Pode-se imaginar aquilo que Jesus deve ter provado; uma dor lancinante, agudíssima, que se difundiu pelos dedos, e espalhou-se, como uma língua de fogo, pelos ombros, lhe atingindo o cérebro. Uma dor mais insuportável que um homem possa provar, ou seja, aquela produzida pela lesão dos grandes troncos nervosos. De sólido provoca uma síncope e faz perder a consciência. Em Jesus não. Pelo menos se o nervo tivesse sido cortado! Ao contrário (constata-se experimentalmente com freqüência) o nervo foi destruído só em parte: a lesão do tronco nervoso permanece em contato com o prego: quando o corpo for suspenso na cruz, o nervo se esticará fortemente como uma corda de violino esticada sobre a cravelha. A cada solavanco, a cada movimento, vibrará despertando dores dilacerantes. Um suplício que durará três horas. O carrasco e seu ajudante empunham a extremidade da trava; elevam Jesus, colocando-o primeiro sentado e depois em pé; consequentemente fazendo-o tombar para trás, o encostam na estaca vertical. Depois rapidamente encaixam o braço horizontal da cruz sobre a estaca vertical. Os ombros da vítima esfregaram dolorosamente sobre a madeira áspera. As pontas cortantes da grande coroa de espinhos o laceraram o crânio. A pobre cabeça de Jesus inclinou-se para frente, uma vez que a espessura do capacete o impedia de apoiar-se na madeira. Cada vez que o mártir levanta a cabeça, recomeçam pontadas agudíssimas. Pregam-lhe os pés. Ao meio-dia Jesus tem sede. Não bebeu desde a tarde anterior. As feições são impressas, o vulto é uma máscara de sangue. A boca está semi-aberta e o lábio inferior começa a pender. A garganta, seca, lhe queima, mas ele não pode engolir. Tem sede. Um soldado lhe estende sobre a ponta de uma vara, uma esponja embebida em bebida ácida, em uso entre os militares. Tudo aquilo é uma tortura atroz. Um estranho fenômeno se produz no corpo de Jesus. Os músculos dos braços se enrijecem em uma contração que vai se acentuando: os deltóides, os bíceps esticados e levantados, os dedos se curvam. Se diria um ferido atingido de tétano, presa de uma horrível crise que não se pode descrever. A isto que os médicos chamam tetania, quando os sintomas se generalizam: os músculos do abdômen se enrijecem em ondas imóveis, em seguida aqueles entre as costelas, os do pescoço, e os respiratórios. A respiração se faz, pouco a pouco mais curta. O ar entra com um sibilo, mas não consegue mais sair. Jesus respira com o ápice dos pulmões. Tem sede de ar: como um asmático em plena crise, seu rosto pálido pouco a pouco se torna vermelho, depois se transforma num violeta purpúreo e enfim em cianítico. Jesus atingido pela asfixia, sufoca. Os pulmões cheios de ar não podem mais esvaziar-se. A fronte está impregnada de suor, os olhos saem fora de órbita. Que dores atrozes devem ter martelado o seu crânio! Mas o que acontece? Lentamente com um esforço sobre-humano, Jesus tomou um ponto de apoio sobre o prego dos pés. Esforçando-se a pequenos golpes, se eleva aliviando a tração dos braços. Os músculos do tórax se distendem. A respiração se torna mais ampla e profunda, os pulmões se esvaziam e o rosto recupera a palidez inicial. Porque este esforço? Porque Jesus quer falar: "Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem". Logo em seguida o corpo começa afrouxar-se de novo, e a asfixia recomeça. Foram transmitidas sete frases pronunciadas por ele na cruz: cada vez que quer falar, deverá elevar-se tendo como apoio o prego dos pés, inimaginável! Enxames de moscas, grandes moscas verdes e azuis, zunem ao redor do seu corpo; irritam sobre o seu rosto, mas ele não pode enxotá-las. Pouco depois o céu escurece, o sol se esconde: de repente a temperatura se abaixa. Logo serão três da tarde. Jesus luta sempre: de vez em quando se eleve para respirar. A asfixia periódica do infeliz que está destroçado. Uma torturaque dura três horas. Todas as suas dores, a sede, as cãibras, a asfixia, o latejar dos nervos medianos, lhe arrancaram um lamento: "Meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes?". Jesus grita: "Tudo está consumado!". Em seguida num grande brado disse: "Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito". E morre. ( Sabemos claro que ao terceiro dia Ele ressussitou mas essa já outro assunto. ). TUDO ISSO PARA QUE TIVESSEMOS VIDA E TIVESSEMOS EM ABUNDANCIA!!! |
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